quinta-feira, 31 de maio de 2012

LIBERDADE DA PRAÇA



A Praça da Liberdade fica no bairro de Paratibe, cidade do Paulista, na Região Metropolitana do Recife. No local, não se pretende construir um empreendimento imobiliário de “alto padrão”, tal qual o Novo Recife no Cais José Estelita; muito menos o espaço teve sua área subtraída pelo Poder público municipal, em favor da lógica bizarra dos automóveis, tal qual ocorreu com a Praça Lula Cabral de Melo – a Praça do Parnamirim, na zona norte do Recife.
O que vem ocorrendo na Praça da Liberdade é bastante comum aos muitos espaços públicos de lazer e convivência social localizados nas regiões periféricas metropolitanas: ausência do Estado e a não apropriação do espaço por parte da comunidade do seu entorno.
Parece corriqueiro nos depararmos com equipamentos públicos completamente desassistidos por ações de preservação que, a princípio, devem ser executadas pela municipalidade. Também pode parecer bastante natural quando as pessoas que utilizam um espaço público de lazer não se sentem responsáveis em mantê-lo adequado as suas necessidades. Mas nada disso é natural.


De fato, a Praça da Liberdade se mantém viva porque é tomada pelas pessoas diariamente. São elas que, na praça, conversam, passeiam, brincam, descansam, jogam dominó, assistem à televisão, fazem feira (já que a praça fica ao lodo do mercado público de Paratibe) ou simplesmente a utilizam como um caminho para algo.
As pessoas realmente utilizam a praça, da forma como a praça se apresenta, sem se oporem efetivamente ao seu desgaste e a ausência de práticas transformadoras que podem e devem ser realizadas no local. Quem utiliza a Praça da Liberdade não se sente parte da praça, não a enxerga como algo que pertence a todos. Infelizmente, isto é um fato comum a muitos outros espaços de lazer de outras localidades. Freqüentemente um espaço como este é visto como pertencente a ninguém, ou em muitos casos, como se pertencesse a uma minoria que determina as regras de convivência do local.
Temos direito à cidade, em todo a sua plenitude. Queremos uma cidade que ofereça as condições máximas de vivência, e neste contexto, defendemos a apropriação dos espaços públicos de lazer pelas comunidades, como forma destas construírem seus próprios espaços de acordo com suas respectivas demandas, com autonomia e formação.  
 O objetivo do OcupeLIBERDADE é justamente apresentar a Praça da Liberdade a seus donos de direito: a comunidade. A apropriação não tem a ver com propriedade, mas com o uso, e precisa acontecer coletivamente como condição de possibilidade à apropriação individual. A cidadania se confirma apenas com o controle direto das pessoas sobre a forma de habitar a cidade, produzida como obra humana coletiva em que cada indivíduo e comunidade tem espaço para manifestar sua diferença.
Portanto Ocupe! Aproprie-se. Manifeste sua diferença, produza, faça parte de uma obra coletiva. O espaço mais adequado para tudo isto, é o espaço público que é onde vivemos e nos reconhecemos na cidade. OcupeLIBERDADE.



Nenhum comentário:

Postar um comentário